O Passado segundo José Rosendo
Os antigos moradores lembram dos bons tempos em que Itanhaém era só tranquilidade


 

 

Histórias nao faltam na cidade da pedra que canta ou chora (tradução do nome Itanhaém, de origem tupi-guarani). Além das informações oficiais, registradas por Benedicto Calixto ou Emídio de Souza, há sempre aqueles "causos", que só uns poucos privilegiados têm conhecimento. São histórias contadas por moradores ilustres e que retratam a vida de Itanhaém, no início do século.

José Rosendo é uma destas mentes preciosas. Ele guarda na memória muitas lembranças de sua infância, que diz ter sido muito bonita. "Acredito que, na minha época, as brincadeiras eram mais saudáveis. Ao invés de video-game, nós nos divertíamos pescando, passarinhando ou brincando no areião" diz ele, referindo-se ao terreno de areia que existia perto da Igreja Matriz e que hoje é ocupado pelo Calçadão.

Rosendo diz que as festas religiosas, como a do Divino Espírito Santo e a da Padroeira, sempre foram atrativos turísticos em Itanhaém. Ele conta que os visitantes vinham de trem e a chegada era uma festa. "Nessas datas, o principal programa da população era esperar os romeiros. Os garotos aguardavam na estação, pois ganhavam trocados carregando malas. Alguns iam para paquerar e eu vi muitos casamentos saírem desses eventos".

Outro lugar de paquera e divertimento era o Gabinete de Leitura, que ficava ao lado da Casa Paroquial. Ali, eram promovidos concorridos bailes aos sábados. José Rosendo garante que, além de lazer, o gabinete tinha uma função cultural. Como a Cidade só oferecia estudos até o 4º ano primário, os alunos que não tinham condições financeiras de completar a graduação em Santos participavam de aulas educativas nesse espaço. "Com a Revolução de 1932, os livros foram todos destruídos. Foi aí que começou a aumentar o índice de analfabetismo. Antes, todos aprendiam a ler e escrever no Gabinete de Leitura".

A respeito da bananicultura, atividade que gerou muitos empregos e de onde saiu bastante dinheiro, Rosendo tem suas mágoas. "Fomos a capital brasileira da plantação de banana, mas nada foi investido em Itanhaém".

 

Fonte: "A Tribuna" de 22/04/1993


 
 
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